quinta-feira, 10 de abril de 2014

Eu odeio...


   Eu odeio ter que falar de você, odeio como invade meus pensamentos. Odeio como fala, odeio como mentes tão bem, odeio aquela sua mania tola de estalar os dedos sempre que está prestes a fazer algo, odeio o formato que sua boca faz ao exibir um sorriso de satisfação. Odeio o seu jeito de mastigar, o barulho que sua garganta faz enquanto toma algo, odeio o seu gosto musical. Odeio a sua mania de morder seus lábios, de piscar com o olho direito, de levantar a sobrancelha esquerda, odeio o seu cenho franzido, a sua risada calma e descontrolada.
Eu odeio o seu olhar em mim quando acordo, odeio a sua mão sobre a minha, odeio os seus beijos demasiadamente molhados, odeio como os seus sussurros ao pé do meu ouvido me acalmam e excitam de tal forma, odeio quando canta para mim.
    Eu odeio quando passa os seus braços por sobre a minha cintura, odeio quando me aperta contra ti, odeio os seus dedos deslizando sobre meu corpo, odeio a sua língua invadindo a minha boca, odeio os seus lábios passeando sobre a minha virilha, odeio as suas mordidas inocentes e delirantes, odeio as suas brincadeiras enquanto fazemos amor, odeio como o seu corpo se contrai quando atinge o clímax do prazer, odeio a sua respiração ofegante, os seus gemidos que não consegue segurar.
    Eu odeio como nos conectamos perfeitamente, odeio a ligação que temos ao soltar gargalhadas, odeio como os nossos olhares se completam, como o silêncio entre nós já é o suficiente, odeio como as nossas mãos se entrelaçam automaticamente, odeio como o seu sorriso de segurança acaba com as minhas lágrimas, odeio como as nossas bocas se tocam, como os nossos beijos conseguem representar uma dança sensual de nossas línguas, odeio quando completa uma frase minha, odeio os nossos corpos nus um contra o outro, odeio o prazer que só você consegue me dar.
    Eu odeio tudo isso, pois são tais coisas que alimentam esse sentimento que chega a me deixar sem ar. Odeio a necessidade de você, odeio como com você não importa se nada faz sentido, odeio como me sinto bem com tudo isso. Eu me odeio, pois tornei você parte de mim.


                                                             Istella Lira Conder

(Texto fictício)

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